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janeiro 15, 2011

Uma palavra aos voluntários.

     Não é difícil chegar a conclusão de que tragédias fazem parte da vida assim como as alegrias, mas as tragédias costumam ser mais marcantes em nossas vidas por sempre (pelo menos aparentemente) virem sem avisar. Parece que nos preparamos mais para as alegrias do que para as tristezas. Embora saibamos que elas virão cedo ou tarde. Talvez seja por isso que ficamos tão estarrecidos quando somos visitados por algum infortúnio. É o caso agora dessa tragédia provocada pelas chuvas no estado do Rio de Janeiro e em outra partes do Brasil, como Minas Gerais e São Paulo. Nesse momento ficamos (eu em particular) atônitos diante das imagens que nos chegam a todo momento. Não sabemos o que pensar, a não ser que estas pessoas estão passando por um verdadeiro flagelo e que precisam de ajuda.
    Geralmente colocamos a culpa no prefeito, no governador e até no presidente (no nosso caso, na) da república por eles não terem feito isso ou aquilo, por ter deixado de dragar os rios (embora nós não deixemos de jogar lixo nele), por ter permitido que se construíssem casas aqui ou ali e mais isso e mais aquilo. Infelizmente tudo isso é mera perda de tempo. Não é hora para procurar culpados ou pensar no que poderia ter sido feito e que não se fez. Nem talvez seja hora para nos eximir de culpa pelas escolhas que fazemos e pelas tantas vezes que não ouvimos a voz da natureza e do bom senso que tentam nos alertar pelos riscos aos quais nos expomos, muitas vezes, voluntariamente.
     Mas tem gente que não perde tempo com isso. Ainda bem que existe muita  solidariedade no mundo e as pessoas (principalmente nestes momentos) não se negam a prestarem ajuda e solidariedade àqueles que necessitam, fazendo com que sua dor seja pelo menos diminuída em meio à catástrofe. Pessoas que deixam suas casas, seus afazeres, seus interesses particulares e vão fazer a única coisa que podem num momento desses: ajudar, amparar, dar o seu apoio quando tudo parece desmoronado, destruído. Quando ver uma luz no fundo do túnel está praticamente impossível. Essas pessoas não fazem ideia da importância do trabalho que elas fazem neste momento de tanto desalento, dor e perda. Quando tudo parece perdido ver uma mão estendida, ouvir uma palavra de alento, um prato de sopa, uma roupa seca e limpa para vestir, um cobertor, um colchonete pode ser a tábua de salvação de alguém que se julgava perdido, de alguém que não via mais saída.
     É para essas pessoas que eu gostaria de falar. Sem elas tudo seria muito pior. E devemos concordar que não há como ficar pior, não é mesmo? Que Deus, nosso pai, proteja todas essas pessoas. Todos esses voluntários. Aqueles que saem de suas casas conscientemente do trabalho que vão fazer e aqueles que ajudam por puro instinto, sem nem pensar no significado daquilo que estão fazendo, apenas porque se sentem chamados a servir o seu próximo, ajudar sem olhar a quem.