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abril 10, 2011

Sem palavras.

     É muito comum a gente ter opinião formada sobre quase tudo. Vira e mexe, lá estamos nós colocando na mesa as nossas cartas, ou seja, as nossas muito (ou pouco) abalizadas opiniões. E ai de quem discorde de nós, não é mesmo? É claro que eu estou exagerando na dose, mas a coisa acontece mais ou menos desse jeito: ouvimos uma notícia ou presenciamos um acontecimento e na mesma hora, quase sempre sem maiores informações ou mesmo sem conhecimento de causa, vamos logo julgando e nos posicionando contra ou a favor. Quem nos ouve acha que somos mesmo catedráticos no assunto ( às vezes, podemos ser mesmo) e chegamos até a ser formadores de opinião. Muitos acabam seguindo as nossas ideias, o que pode ser até perigoso.
     Apesar de todo esse  blá blá blá, não tenho nenhuma intenção de falar sobre essa mania que quase todos temos. Afinal de contas, somos pessoas livres, vivemos num pais livre (Graças a Deus) e podemos dar ou não nossa opinião naquilo que queremos, sem o perigo de sermos punidos por isso. Liberdade essa que (vai aqui mais uma opinião) espero que dure para sempre. A memória de momentos de privação da liberdade no Brasil e em outras partes do mundo me leva a valorizar essa liberdade que gozamos nesse momento.
    Porém, o que quero falar é daqueles momentos em não conseguimos ter opinião, quando não conseguimos ter palavras diante dos acontecimentos; quando, apesar de toda nossa racionalidade, não conseguimos explicar para os outros, nem para nós mesmos, o que significa aquele acontecimento. Que lição podemos tirar de um acontecimento como esse do jovem que foi até a escola e atirou contra os estudantes em sala de aula? Difícil ter uma resposta. Nesse momento, não há palavra que explique.
     Podemos escolher o caminho, talvez o único, de achar que tudo isso é uma monstruosidade. Só não se pode esquecer que esse monstro não foi criado numa selva longe da civilização e sim num lar, na nossa sociedade. Quando um fato como esse acontece todos precisamos olhar para dentro de nós e entender que nossa sociedade é que produz esse tipo de coisa, que é hora de acalmarmos os nossos corações, apagar o fogo da raiva, do ódio, da indiferença e todas as discriminações que insistem em queimar dentro de nós. É hora de pacificarmos os nossos corações, pois só assim não teremos francos atirados mirando cabeças de inocentes.