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maio 07, 2011

Mandar sem ferir

     Acredito que quase todo mundo sonha em um dia estar à frente de alguma coisa, no comando, tomando decisões. Parece sempre muito bom quando nos imaginamos nessas situações, não? E isso não se dá apenas no âmbito profissional onde a luta por um cargo de chefia pode ter desdobramentos inimagináveis. Em praticamente tudo na vida de qualquer um, em determinado momento, alguém tem que estar  à frente organizando tudo, mostrando o caminho a seguir. Não porque as pessoas não tenham capacidade de agirem sozinhas, mas pelo fato de que para se agir em grupo é preciso que haja um objetivo comum, não é mesmo? Caso contrário, teremos cada um fazendo aquilo que acha melhor, mas que não condiz com o senso comum.
     Portanto, não podemos negar que uma pessoa no comando é sempre necessário ou até imprescindível. Só que, não raro, essa pessoa acaba por ter muitos problemas no exercício desse comando. Algumas pessoas se revelam autoritárias demais, outras se mostram fracas e confusas e poucos são aquelas que conseguem exercer seu trabalho sem criar inimigos ferrenhos ou até mesmo os famosos bajuladores. Definitivamente, mandar não é uma tarefa fácil. Mandar com doçura, sem gerar raiva, ciúme, inveja, descontentamento é tarefa quase impossível.
     É comum as pessoas confundirem autoridade com autoritarismo. Ao se virem em postos de comando, algumas pessoas acabam revelando um caráter duro, inflexível, do tipo que não ouve opiniões dos outros e passam a agir como verdadeiros donos da verdade. Só vale aquilo que eles pensam e não admitem serem contrariados. Isso termina por gerar situações desagradáveis sem proveito para ninguém.
     Um cargo de chefia pode ser um grande salto na vida de uma pessoa, como também pode ser a sua queda. Ao se vir exposta uma pessoa tanto pode revelar suas grandezas, seus talentos, mas também pode deixar transparecer suas fraquezas, suas inseguranças, medos e mesmo um caráter pouco admirável. Por isso, precisamos ter muito cuidado quando somos colocados (ou nos colocamos) em posição de comando. O risco é muito grande. Ascensão e queda andam sempre juntas. Não se pode vacilar.
     Outra coisa que não se pode esquecer é a má vontade que as pessoas geralmente têm com os chefes e afins. Eles normalmente são vistos como verdadeiros diabos,  ditadores, seres que agem sem nenhuma piedade para com os seus comandados e que estão sempre prontos a tirar o seu sangue até a última gota. Exageros à parte, podemos admitir que esse tipo até exista, porém tem-se que levar em conta que ninguém gosta daqueles que mandam. Muitas vezes é essa má vontade que leva muitos chefes a mostrarem suas garras afiadas. Seria, grosso modo, uma forma de proteção.
      Sem dúvida, é preciso ter humildade tanto para ser comandado quanto para comandar. Os lados da moeda são difíceis de encarar. Para facilitar as coisas, basta que nos coloquemos nas duas posições. Dessa maneira poderemos entender aquele manda e o que é mandado. Como gostaríamos que agissem se estivéssemos nessa ou naquela situação? A resposta deve nos levar a ação.