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junho 10, 2011

Como naquela canção do Roberto

     Em uma de suas canções mais populares dos anos 1970, o cantor Roberto Carlos diz que quer ter um "milhão de amigos". Quem não se lembra dessa música? Não sei ao certo se o cantor, no seu convívio social, conseguiu tal façanha. Embora seja possível calcular que ele tenha mais do que isso em número de fãs. Fãs e amigos são a mesma coisa? Creio que não. Amizade é algo mais que sentir admiração pelo trabalho de um artista, não é ? Ao mesmo tempo podemos dizer que talvez não seja algo para se contar em números. Melhor um amigo que vale por um milhão do que o contrário. Nesse caso, o importante de verdade é a qualidade das amizades e não a quantidade.
     Mas a questão não é essa. Afinal quem não gosta de ser benquisto, adorado por todos e viver cheio de amigos por onde passa? Todo mundo, não? Eu mesmo confesso que não acharia nada mal. Nada como ser querido de todos, ter amigos verdadeiros e ser alguém cuja presença é sempre requisitada não por outro motivo que não seja pela empatia pessoal. Esse é o ideal que todos buscamos no nosso dia a dia, no nosso convívio social, durante toda a nossa existência.
     Em dias de "redes sociais" como Orkut, Facebooks e outros mais talvez não seja de duvidar que alguém chegue perto de ter um milhão de amigos. Ainda que, para muitos ( inclusive para mim), "a amizade virtual" não seja precisamente como a amizade, digamos, "real" . Polêmicas à parte, o fato é que nem sempre somos essa simpatia toda. Por mais que estejamos abertos ao diálogo, certos de nossa boa energia, a coisa não rola. Acontece de antes mesmo de chagarmos a algum lugar já estarmos causando estranheza em alguém. Daí a desenvolver grandes antipatias é um pulo. Muitas pessoas acabam estigmátizadas como chatas, desagradáveis e insuportáveis ( o que não falta é adjetivo) por causa dessas antipatias à primeira vista.
     Tenho certeza de que você se enquadra no primeiro tipo, sou seja, o dos simpáticos, os candidatos a um milhão de amigos. Porém, é preciso lembrar que nem sempre isso é possível. Sobretudo quando a pessoa desempenha alguma função do tipo síndico, chefes de toda sorte, policial, juiz, advogado de acusação e tantas outras em que, não raro, se vê obrigada a ter posições não muito simpáticas mas necessárias para o bom andamento das coisas.
     Então o que fazer se você  por mais que cante "aquela canção do Roberto" continua mal no IBOPE? Para ser sincero, não há muito o que fazer e nem adianta ficar reclamando da sorte. Principalmente  se você tem certeza de suas qualidades e do tanto de calor humano e amizade que tem para distribuir. Muitos preferem pensar que as pessoas são que não vêem as suas qualidades e estão fechadas no seu mundinho particular e não enxergam o mundo à sua volta. Uma saída, talvez mais sensata, seria  distribuir esse amor por todas as pessoas com as quais você encontra sem se preocupar  se elas estão percebendo ou não. Uma hora elas vão perceber e então... O importante é não armazenar esses sentimentos aí dentro de você esperando uma ocasião propícia para usá-los. Bota isso pra fora. Toda hora é hora de distribuir bons sentimentos e estar em paz consigo mesmo.
     Quando eu era adolescente. e enfrentava problemas que todo adolescente enfrenta, li um livro chamado "Pai, me compra um amigo", do Pedro Bloch. Acho que não é o caso de sair por aí comprando amigos.  Amizade a gente conquista. E é bom que seja uma conquista bem difícil para que possamos valorizá-las mais. Para que saibamos o seu real valor.