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outubro 22, 2011

Ainda estamos vivendo no tempo dos bárbaros.

     Toda vez que se quer falar que alguém está agindo de maneira selvagem e impensada é comum que se diga que esta pessoa está agindo "como um bárbaro", povo que andou pela Europa em tempos que nos é difícil precisar na memória, mas que deixou para trás a fama de ser verdadeiros trogloditas. Acontece que o tempo passou, os bárbaros não existem mais (pelo assim se pensa) e chegamos à era da modernidade, onde todos, até prova em contrário, somos civilizados.
      Porém, no que diz respeito à vida, parece que não agimos muito diferente dos povos bárbaros. Principalmente no que tange aos inimigos, aos adversários, sobretudo os políticos. Foi assim com Saddan Hussein e agora com Muamar Kadafi. Tanto um quanto o outro, verdade seja dita, cometeram inúmeras atrocidades e foram apeados do poder debaixo de derramamento de muito sangue. Só isso já bastaria para que todos nós nos envergonhássemos da nossa condição de seres humanos. Como nos tempos antigos, quando a humanidade ainda não podia ser chamada de civilizada, tratamos tudo no fio da espada e justificamos uma atrocidade com outra.
     Citei esses dois casos, mas eles não são os únicos. Outro bom (ou mau) exemplo foi a caçada a Bin Laden . Não dá para esquecer as Torres Gêmeas sendo atingidas por aviões tripulados e cheios de inocentes e não se pode deixar de citar as pessoas que estavam nos prédios antigidos. Fica claro que  parece não haver respeito à vida, respeito à regras ou qualquer código de ética. Em nome de interesses de facções elimina-se pessoas como se elas fossem gado indo para o matadouro. Vidas são ceifadas com o único objetivo de impor ideias absurdas de dominação e poder.
    Longe de mim dizer que qualquer um desses três nomes citados merecessem ser perdoados pelo que fizeram e viver livres. Não é nada disso. Agora, cá pra nós, será que podemos sair por aí abatendo pessoas baseado no mal que elas fizeram? Acho que estamos abrindo precedentes para a volta do "olho por olho, dente por dente" tão falado na Bíblia.
      Não estou aqui para fazer apologia dos carniceiros do mundo, apenas , em nome do bom senso, pedir que eles( e qualquer pessoa ou grupo) sejam julgados antes de serem condenados ou linchados debaixo de fúria e com sangue nos olhos.  Dessa maneira, demonstramos que cada mais vez estamos agindo como os bárbaros ou mesmo como os exemplos citados. E isso vale para as execuções que ocorrem na China, a pena de morte em países como os Estados Unidos e a que, por debaixo dos panos e sob o nomes como chacinas ou queima de arquivo, existe no Brasil e em qualquer outro lugar do mundo. Temos que mudar nossa maneira de punir os malfeitos para assim, quem sabe, criar um ambiente em que eles sejam cada vez mais raros e a humanidade possa merecer o adjetivo de civilizada.
     Por enquanto, o que vemos é um circo dos horrores onde, como os romanos antigos, todos aplaudem e se divertem.