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dezembro 03, 2011

Tá tudo bem?

  Quando esta pergunta surge como forma de tentar estabelecer um diálogo é porque uma das partes não tem muita certeza da resposta, ou antes, até tem, mas precisa de uma confirmação. Normalmente a resposta é um tanto ambígua:
- O que é que você acha?
    Bem, se a coisa começar por ai é prova de que é melhor ir devagar com o andor para não azedar tudo de vez. O tempo está fechado, a maré não está para peixe e é melhor bater em retirada e esperar que os ânimos esfriem. Ou você prefere ficar e tentar descobrir, afinal, "o que está pegando"?
   Se essa é a sua alternativa, das duas uma: ou você, com muita sorte, vai acabar derrubando o muro e botando tudo em pratos limpos  ou vai levar uma bela resposta pela cara afora.
   Tem também a  possibilidade de descobrir que todo o clima não tem nada a ver com você. E isso, convenhamos, é a melhor opção. Até porque, ninguém está livre de um belo dia, sem mais nem aquela, acordar com o pé esquerdo e passar o dia inteiro de cara amarrada com todo mundo sem ter nenhum motivo aparente para isso.
   Outra saída é a do silêncio. A figura se nega a qualquer tipo de diálogo e você entende a atitude como um rompimento de relações e aí está feita a confusão. E quando uma das partes tenta consertar o mal entendido, costuma ser tarde demais. Muita amizade de anos termina num desses dias azedos.
   Pode também acontecer da pessoa optar por dizer que está tubo bem e que você está enganado(a) se pensa o contrário. Ela apenas está querendo ficar na dela um pouco e não vê nenhum mal nisso. Verdade. Não existe mal nenhum em ficar calado, pensar na vida. Mas mesmo nessas ocasiões o diálogo é necessário. Não precisa ser, necessariamente, um diálogo de palavras, mas de gestos, sinalizações, atitudes  que a outra pessoa, por ter alguma intimidade, vai entender.
   Temos que tomar cuidado para não botar tudo a perder. Amizades verdadeiras são muito importantes e não são encontradas em qualquer esquina, não é mesmo? Por isso, vamos cuidar de nossas relações, saber compreender os momentos em que os nossos amigos estão necessitados de que sejamos mais pacientes do que o normal. Mesmo porque ninguém está livre de que um dia um simples "tá tudo bem?" possa detonar uma guerra desnecessária e de proporções inesperadas.