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julho 21, 2012

Céu, inferno e purgatório.

     E´ incrível como depois de percorrer um longo caminho, ter passado por diversas transformações e acreditar estar vivendo uma era de grande desenvolvimento tecnológico, a humanidade ainda se encontre diante de tantos enigmas. Entre eles está a questão: para onde vamos após a morte? Não adiante correr para responder porque a coisa é um tanto quanto complicada. Cada religião tem lá as suas respostas para a pergunta, embora, no fundo, a dúvida permaneça. Ou seja, ninguém tem certeza de nada, estamos todos tateando no escuro.
     No entanto tem aqueles que levados por suas crenças religiosas chegam a afirmar que sabem mesmo para onde vão. E sabem que lugar é esse? Acertou quem apostou em céu. Sim, aquele lugar onde mora o Criador de todas as coisas juntamente com os anjos e os santos. Essa é a crença de quase todas as pessoas independente do tipo de vida que leve, dos pecados que cometa e de ter ou não alguma ligação com o Homem lá em cima.
    Estou falando sobre esse assunto porque, como creio que já disse aqui outras vezes, sou católico por nascimento e frequento uma igreja onde percebo no convívio com alguns irmãos de fé essa certeza de já ter um lugar reservado ao lado de Deus quando morrer. Pode parecer ignorância minha ou até mesmo influência do espiritismo, mas confesso que tenho dificuldade de aceitar isso assim sem nenhum questionamento. Principalmente partindo do princípio que católicos não acreditam em reencarnação. E´ ensinado a todos que nascemos uma vez só e dure essa vida o tempo que durar, passe o sujeito pelas experiências que passar o destino é o mesmo: se for bom vai para o céu, se for mau vai para o inferno e para os que foram mais ou menos tem a opção do purgatório.
     Não se pode esquecer que céu e inferno são lugares definitivos. O único em que há uma certa mobilidade é o purgatório. Dele se pode descer definitivamente para o inferno ou subir para o céu e gozar das felicidades eternas. Até aí nada de mais, não é? Basta um tempo no purgatório, uma boa enquadrada e o sujeito pode se livrar de queimar no fogo do inferno. Legal.
     Mas vamos analisar a coisa pelo lado dos que são condenados a passar a eternidade no inferno. Preciso abrir um parenteses para falar dessa palavra eternidade. E´ outra que me causa calafrios. Toda vez que alguém fala em eternidade tenho ideia de coisa estática, parada. Mas deixa isso prá lá. O que quero mesmo é advogar pelos pobres condenados ( vale torcer para que nem eu nem você estejamos nessa lista) ao fogo eterno do inferno.
     Tudo bem que eles (?) pecaram sistematicamente, aliaram-se ao coisa ruim, deixaram passar a chance de se arrependerem de seus pecados e tudo o mais que todo mundo está cansado de saber. Só que, em se tratando de uma única vida, não seria uma condenação injusta? Pensa bem: o cara nasce ignorante como todo mundo nasce, envereda pelo mau caminho e de repente, antes que pudesse  entender melhor as coisas, dar aquela refletida básica, morre com um monte de crimes (pecados) nas costas e o coração cheio de ódio. Resultado: inferno nele.
    Por outro lado teria outro que cometeu os mesmos enganos na tenra idade, mas que viveu o bastante para poder rever os seus conceitos e botar a cabeça no lugar. Nesse caso, o cara deve ir para o purgatório e pode acabar indo para o céu. O contrário do outro que não terá uma segunda chance. Quem sou eu para botar em cheque os designos de Deus? Longe de mim. Quero apenas entender essa coisa de céu, inferno, purgatório que me baratina desde criança.