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novembro 21, 2012

À luz de velas.

     Outro dia uma conhecida minha, ao passar diante de um lugar desses onde se acendem velas, resolveu questionar esse hábito que as pessoas têm. Teceu longo comentário sobre o ato e acabou por concluir que que acender velas para mortos, anjo da guarda, para santos ou coisa que valha é a maior besteira, algo sem o menor sentido prático.
- Quem garante se isso tem mesmo alguma eficácia? - perguntou-me ela, querendo, talvez, que eu fizesse coro à sua posição.           
     Dei uma boa respirada antes de dar qualquer parecer. Além de não ser nenhuma autoridade no assunto, acho que cada um de nós, via educação que recebeu ou alguma postura adquirida durante a vida, tem o direito de ter opiniões e pontos de vista diferentes.
     Não queria, de modo nenhum, me posicionar contra ou a favor de minha conhecida. Apenas chamei sua atenção para o fato de que ninguém tem cem por cento de certeza de nada nessa vida. Estamos todos tateando no escuro e por isso mesmo podemos cometer muitos erros, fazer coisas que não nos levam à nada acreditando estar fazendo algo de bom e grandioso.
     É o caso de acender velas, esse hábito que começou com os povos antigos e que perdura até hoje. Quem em algum momento não lançou mão desse expediente para tentar buscar um contato com os espíritos de luz, os santos e até mesmo para "iluminar" o caminho de um ente querido que já se encontra no outro plano?
     Sem dúvida quase todo mundo já fez isso, acreditando ou não. Não importa. Muitas vezes a pessoa faz issso de forma inconciente, porque está no subconsciente de cada um, principalmente dos católicos, espíritas, umbandistas e tantos outros.
     Nossa fé não é racional. Não acreditamos baseado em números estatísticos, provas cientificas. Acreditamos porque nossa intuição nos leva a acreditar. Quando acendemos uma vela, o fazemos porque aprendemos que esse ato nos coloca em contato com o nosso guia espiritual ou anjo da guarda, nosso santo de devoção, com nossos entes queridos, nos fazendo todos mais próximos.
     Uma simples vela tem o poder de quebrar as barreiiras entre os mundos, de mostrar o quanto somos gratos pelas graças que recebemos, o quanto amamos nossos entes queridos que já se foram (acredita-se que ao acender uma vela na intenção de um morto estamos iluminando o seu caminho e diminuindo o seu sofrimento) e  o quanto piedosos somos.
     Enfim, ao acender uma vela demonstramos nossa humildade e  desejo de que a luz reine em nossas vidas e de todos aqueles que nos cercam.  Na verdade as velas estão presentes em muitos momentos da vida, não só nos tristes ou religiosos, mas também nos festivos como nos aniversários, nos românticos jantares à luz de velas, nos enfeites de natal...
     Não faltam motivos e ocasiões para que acendamos uma vela. O que não muda é o objetivo: o desejo de que a luz esteja presente. Mesmo quando a luz elétrica nos deixa na mão. O resto, é querer ser racional demais