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março 07, 2013

"Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas."

   Essa frase, dita pela raposa ao pequeno príncipe no livro de mesmo nome, é vista, muitas vezes, como algo piegas. O próprio livro sempre foi visto como "um livro para moças de cabeças vazias". Prova disso é que onze  em cada dez canditatas a miss diziam tê-lo como seu livro de cabeceira.
      Mas não estamos para falar do famoso e controverso livro de  Saint Exupéry. Eu, particularmente, gosto muito e acho que é sempre oportuno que alguém nos chame a atenção para  esses detalhes da vida que teimamos em classificar como coisas sem muita importância ou às quais não devamos prestar muita atenção.
     É baseado nesse tipo de visão que fechamos os olhos para tudo o que está acontecendo ao nosso lado. É como se nada nos dissesse respeito e que tudo o que acontece com o outro não é da nossa conta.
     Até quando vamos viver essa mentira? Tudo o que acontece com os outros nos interessa sim, estamos todos interligados sim. Não podemos ficar indiferentes a nada. Mesmo com todo o esforço que fazemos par provar o contrário, ninguém pode negar
que a dor do outro doe em nós e que a  alegria do outro também é a nossa alegria.
     Parece piegas falar assim, mas não existe outra maneira de encarar os fatos. Ninguém é tão  insensível quanto tenta  provar ser. Somos todos irmãos, membros de uma mesma família e, portanto, responsáveis uns pelos outros.
     Nesses nossos dias, convencionou-se que o ideal é ninguém falar nada, concordar com tudo em nome da boa convivência, para não se aborrecer, para não parecer chato ou inconveniente.
     Por isso, deixamos que tudo aconteça à nossa volta: deixamos que depredem a cidade, que joguem lixo nas ruas e todos fiquemos ilhados nos dias de chuva e coisas assim porque este é a melhor maneira de se viver. Será mesmo? Acredito que a raposa estava certa: somos responsáveis por aqueles que cativamos:  os parentes, os amigos, os conhecidos, aqueles a quem nem conhecemos (principalmente esses),  nossa casa, a nossa cidade e por nós mesmos.
     Precisamos aprender a cuidar melhor de tudo isso.  Ou nos sucumbiremos  todos acreditando que tudo é responsabilidade do outro, do governo e de quem mais se queira acreditar.