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outubro 25, 2013

Crônica da novela que acabou antes de sair do ar.

     Parece estranho falar assim, mas essa é a mais pura verdade. "Amor à vida", a novela que não faz jus ao no nome que tem, agoniza no ar. Faz tempo que a novela acabou. O grande mote da novela era a mãe que procurava a filha que lhe foi tirada, isso deveria, na minha parca visão, nortear toda a história.
    Paloma, a dita mãe, passaria a novela (ou parte dela) procurando a filha, o destino a faria se envolver com o homem que, sem saber, criara a menina e o resto caberia à boa imaginação do autor para manter todo mundo ligado durante os sete (ou oito) meses que dura uma novela.
   A novela começou com fôlego e, por um momento, pensou-se que estávamos diante de uma nova "Avenida Brasil" tal era o volume de acontecimentos, passagens de tempo e mistérios que envolviam os personagens.
    Mas tudo não passou de alarme falso. Valcir Carrasco não conseguiu deixar de ser Valcir Carrasco e sua trama resvalou para o lugar comum e os acontecimentos se precipitaram. 
    Até aí, nada de mais. Acreditava-se que o autor tinha algumas cartas na manga e que embora desfazendo logo de cara alguns mistérios e outros tão absurdos (vide, por exemplo, o fato de Félix ter abandonando um bebê numa caçamba de lixo apenas porque esse bebê viria a ser mais um herdeiro de seu pai e com isso ele perderia alguns trocados) que perderam o valor dramático e agora não são nem mesmo lembrados pelo público e nem citados pelo autor em sua obra.
A trama do sumiço da garota já foi resolvida. A garota já está com a mãe e agora caminha para ficar com o pai biológico também. O que falta para acontecer na história? Além de umas tramas chinfrins, para não dizer outra coisa, tem a disputa do tal hospital San Magno (nome que em nenhum momento é explicado e todo mundo fica sem saber quem foi São Magno e quem era devoto que homenageou o santo e por quê) e mais nada.
    Caótica, a novela segue tentando parecer séria e relevante, mas não é. Tudo que se vê é uma produção da Rede Globo, onde é sabido que se gasta muito dinheiro, que não faz jus ao horário e a casa. Lamentável saber que autores da Globo ganhem tanto dinheiro para ter imaginação tão curta e rasteira.
Tramas como a da Perséfone, (que saco essa história virgindade, não?), a da rica morta no casamento, a do casal que faz sexo o tempo todo não fazem sentido e seguem sem nem mesmo o autor saber o que está querendo com elas. Sobra a trama da Márcia, a filha e o Luís Melo, mas também já passou do ponto e patinha como as outras. O resto parece um grande velório. E, convenhamos, velório todos os dias às nove da noite não dá, não é?
    E ainda temos que suportar a Suzana Vieira fingindo que é a Suzana Vieira fingindo que não é ela e as tiradas, infelizes, do Félix. Além, é claro, da mania que o autor tem de criar cenas desnecessárias recheadas de situações absurdas. Definitivamente, essa não é uma novela padrão Globo.