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julho 04, 2015

Gargalhada no espelho.

Resultado de imagem para imagem de gargalhada no espelhoNão sei se acontece com você, mas, infelizmente, acontece comigo. Estou falando daquela mania que ás vezes pega a gente de ficar se achando pior do que os outros. Parece que o modelo de virtude, beleza, inteligência e todos os "predicados" possíveis acompanham outros "sujeitos". E esse "sujeito" aqui tem que se contentar adjetivos muito "mais ou menos".
Decidi botar um fim nessa palhaçada. Que história é essa de que se os outros têm as boas qualidades, os melhores predicados? Nada disso. Eu também quero ser um sujeito bem qualificado com todos os predicados e complementos a que tenho direito.
Decisão tomada, muito acertadamente, embora tardia, veio o pergunta; como? Porque eu não posso sair por aí exigindo que as outras pessoas passem a ver qualidades em mim da noite para o dia, não é mesmo?
Foi aí que resolvi começar por mim. Isso mesmo. E comecei tentando me ver com olhos menos críticos e cruéis, ser menos exigente comigo mesmo. É verdade que eu não tenho a altura ideal, a cor ideal, o peso ideal, aquela tal pegada que dizem que é tão importante, o jeitão de conquistador, a conversa fácil, o olhar cativante. Mas o que importa isso, não? O importante é que eu me queira bem, seja compreensivo com as minhas possíveis deficiências e passe a me olhar de um jeito mais, digamos,  complacente.
Penando assim corri para o espelho. No primeiro momento, cheguei a pensar em desistir. A figura que apareceu refletida nele me pareceu meio sem jeito. Já estava pronto para quebrar o pobre espelho quando resolvi tentar de novo e pude ver que a coisa não era tão desesperadora assim.
Com esse pensamento na cabeça, tive vontade de dar uma bela gargalhada. Foi o que fiz. E ela saiu bem sonora. Cheguei a temer que os vizinhos estivessem ouvindo aquele despropósito e levei a mão à boca numa tentativa de reprimi-la. A mão não chegou à boca. A gargalhada deu lugar a um sorriso de satisfação.
Satisfação pelo que eu estava vendo diante de mim. Pela primeira vez, me olhei de uma outra maneira. Me olhei de uma maneira simpática e amiga. E uma pergunta brotou em meus lábios:
- Sabia que você não é de se jogar fora?
A resposta veio logo:
- E não sou mesmo.
Desde então, tenho vivido assim, em lua de mel comigo. Parei de me maltratar com frases pejorativas, de me comparar com quer que seja e passei a me ver como realmente sou: alguém muito interessante e cheio de confiança na vida.

Bom domingo.