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julho 24, 2016

Como eu era antes de você, o filme..

Resultado de imagem para como eu era antes de você filmeComo eu era antes de você, adaptação de livro de mesmo nome de Jojo Moyes, poderia passar apenas como mais um filme feito para agradar sem obrigar o espectador a pensar muito, não fosse pelo fato de tocar num tema bastante polêmico.
A história não traz nenhuma novidade: jovem bonito e bem sucedido é atropelado por uma motocicleta quando atravessava uma rua e fica paraplégico. 
Na sequência, surge uma jovem romântica e atrapalhada que por sua generosidade e bom coração acaba perdendo seu emprego com atendente numa lanchonete. Nada de mais, não fosse o fato de todos em sua casa estarem praticamente na dependência do dinheiro que ela traria para casa no final do mês. O pai dela está desempregado e com dificuldade para arranjar um novo emprego. Trocando em miúdos, ela tem que arrumar sem demora uma nova ocupação para ajudar a sua família. 
Se você imaginou que ela vai acabar indo trabalhar com o jovem que acabou de ficar paraplégico, acertou. É isso que acontece. Também acertou quem pensou que o convívio entre eles não será nada fácil. Revoltado com sua condição, o rapaz não quer saber de conversa e, como faz com todos acompanhantes que sua mãe lhe arruma, não mede esforços para que a moça não fique no trabalho e o deixe em paz.
Só que a moça, como já sabemos, precisa do emprego e para mantê-lo é capaz de enfrentar os maus humores do patrão com paciência e perseverança. E é isso, aliado ao seu senso de humor imbatível, que acabará por amolecer o coração do rapaz provocando uma radical mudança no comportamento dele.
Pronto, o esperado acontece: eles se envolvem e a plateia acredita que o final feliz é questão apenas de mais algumas cenas. É aí que o filme nos lembra que não se trata apenas de mais uma comédia romântica. Apesar de apaixonado pela moça, o rapaz não está disposto a voltar a atrás numa decisão que tomou e que os pais dele, principalmente o pai,  já são sabedores e concordam: ele pretende dar cabo de sua vida.
Dois anos depois do acidente e vendo que não sairá da situação em que se encontra, o antes esportista e agora condenado a uma cadeira de rodas com movimento apenas do pescoço para cima decidiu que morreria daí a dois meses através da morte assistida. A jovem protagonista faz o que pode para demover seu patrão e, agora, grande amor de seu plano. Porém, é em vão. Ele mantém a palavra e viaja para a Suíça, país onde esse tipo de morte é legal, para morrer. 
Fica então a pergunta: despeito do que seja, nós temos o direito de abreviar o nosso sofrimento colocando fim em nossa vida? Preso num corpo sem movimento e dependente de ajuda para tudo, o rapaz do filme decide que sim. Não é fácil julgar sua atitude, mas nos faz pensar no real significado da vida. Será que ela só vale a pena enquanto está tudo bem? 

Bom domingo.